sábado, 5 de janeiro de 2013

7 mitos da privatização

1. Privatizar é entregar o patrimônio público
Quem é contra as privatizações costuma acusar seus opositores de "lacaios do capital", "entreguistas", "corsários do patrimônio público". Privatizar, na verdade, não significa entregar as riquezas, mas permitir que os empreendedores possam explorá-las e produzir mais dividendos ao país. A Vale, por exempo, paga hoje 20 vezes mais impostos do que quando era estatal. É muito mais dinheiro para hospitais e escolas. A empresa também paga mais aos seus acionistas e colaboradores, o que significa mais dinheiro circulando no país.

2. Quem defende a privatização acredita na boa vontade dos empresários
Nada mais errado. Ser a favor da privatização e do capitalismo não significa considerar industriais, banqueiros e comerciantes pessoas bondosas. Significa, isso sim, acreditar que a concorrência entre empresários em busca de lucro é o melhor incentivo à inovação e ao barateamento dos produtos: não precisamos depender da boa vontade de uma fábrica de celulares para criar aparelhos mais leves e com mais acessórios para melhorar o mundo, ela faz isso pra vender mais.

(você pode ver mais sobre isso no vídeo desse post)

3. As estatais ajudam os pobres
Quando uma empresa particular quebra, quem paga a dívida são os proprietários e acionistas. No entanto, se uma estatal é mal administrada e dá prejuízo, a conta precisa ser paga pelo governo, ou seja, pelos impostos dos cidadãos. O Brasil padeceu desse problema nos anos 80, com divertas estatais gerando enormes rombos que tiveram que ser sustentados por nossos impostos. Para sanar as dívidas dos bancos estatais, por exemplo, imprimia-se mais dinheiro, o que gerava inflação — o pior castigo que pode ser aplicado aos mais pobres.

4. Setores estratégicos devem ser controlados pelo governo
Típica da ditadura militar, essa falácia já foi desmentida diversas vezes. Na questão dos minérios, dos fertilizantes, dos aeroportos e da Embraer, provou-se que a iniciativa privada é muito mais eficiente para prover serviços — e que não há risco algum ao interesse nacional. O melhor raciocínio é o inverso: é muito perigoso deixar setores estratégicos a cargo da vagarosa burocracia do governo. Não existe, por exemplo, setor mais essencial à vida que a alimentação, justamente uma área de comércio quase toda privada. O sucesso da produção de alimentos a baixo custo é tão grande que desencadeou outro problema: a obesidade até mesmo entre os pobres.

5. A privatização provoca demissões e salários menores
Em um primeiro momento, pode haver demissões. Estatais costumam ter muito mais funcionários do que o necessário, o que geralmente acarreta prejuízo a ser pago pelos cidadãos. Por isso, é comum haver algumas demissões quando a empresa é vendida. No entanto, como a produção e a eficiência aumentam muito nas empresas em busca do lucro, o número de empregos se multiplica depois. A Embraer, por exemplo, dobrou o quadro de pessoal pouco tempo após ser privatizada. Além disso, o salário médio também aumenta, a fim de segurar e estimular os funcionários mais produtivos.

6. Empresários só pensam em lucro no curto prazo
Resiste, no Brasil, a crença de que os empresários são gananciosos que só se focam no curto prazo, enquanto os políticos vão proteger os interesses nacionais no longo prazo. A verdade é o contrário disso. Os empresários, justamente por causa do foco no lucro, precisam pensar no longo prazo, pois o fluxo de caixa maior ao longo do tempo significa um valor presente maior para seu ativo. Por outro lado, os políticos precisam pensar nas próximas eleições, pois mesmo um ótimo político precisa ser reeleito se quiser continuar no cargo. Isso acaba produzindo uma visão totalmente míope e voltada apenas para o período de alguns meses.

7. Nossas estatais foram vendidas a "preço de banana"
Esse é um dos mitos mais difundidos, que não resiste a uma análise mais isenta dos números. Mesmo que as estatais fossem "entregues" ao setor privado, o país ganharia com o fim dos prejuízos sustentados pelos contribuintes, com os maiores impostos arrecadados, com os empregos gerados e com os novos investimentos. Mas não foi o caso. As privatizações permitiram ao estado arrecadar mais de 70 bilhões de dólares e trasnferir quase 20 bilhões em dívidas. Os preços, definidos em leilões com a presença de empresas estrangeiras, apresentaram ágio em relação ao valor inicialmente estabelecido (ou seja, as empresas pagaram mais caro do que o preço mínimo exigido). O que não é justo é comparar o valor da venda de uma estatal com seu novo valor enquanto empresa privada, pois o valor costuma subir justamente pela mudança na gestão.

Extraído da orelha de capa do livro "Privatize Já", do Rodrigo Constantino

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