sábado, 19 de julho de 2014

O capitalismo não se interessa pela cura da AIDS?

Aproveitando o assunto, você sabia que mais de 30% do valor dos remédios no Brasil é imposto? E isto prejudica justamente os mais pobres.
Com a notícia de que havia cerca de 100 profissionais da área da saúde pioneiros em pesquisas sobre a AIDS no avião da Malaysia Airlines, entrou em pauta a teoria de que a queda do avião poderia ter como objetivo evitar que a cura da AIDS fosse alcançada. (Jean Wyllys cogitou isso, acredite se quiser),

Segundo algumas pessoas, o capitalismo faz com que as empresas prefiram vender remédios paliativos a encontrar curas, porque seria mais lucrativo.

Esse seria o motivo, por exemplo, para ainda não haver uma cura para a Aids: não porque ainda não se saiba como alcançá-la, mas sim porque é mais lucrativo que ela não exista.


A forma mais simples de verificar a validade dessa teoria é responder à seguinte pergunta:

Você estaria disposto a pagar mais pra tomar remédios a vida inteira ou pra ser curado na hora?

Certamente todas as pessoas valorizam mais a cura do que o tratamento. Isto significa que o incentivo econômico do lucro, sempre demonizado pelos anticapitalistas, está perfeitamente alinhado com a busca da cura! Na verdade este é um princípio bastante essencial do mercado: se as pessoas querem mais uma coisa (como a cura da AIDS) eles sinalizam isso ao se disporem a pagar mais por essa coisa, e é justamente porque se busca aumentar os ganhos que as empresas se esforçarão para atender a esta demanda.


Se ainda está difícil visualizar, vamos a uma situação mais prática com números. Procurei ser razoável nos dados a seguir, mas nem tudo está disponível:

Digamos que custe R$1.000/mês pra tomar os remédios pelo resto da vida. Suponhamos que, de lucro, dê uns R$500 (uma taxa de lucro de 100%, bem acima do que as empresas realmente ganham, segundo pesquisei). Isso dá R$6.000/ano. Não encontrei dados precisos quanto à sobrevida da pessoa com HIV, por isso vou supor uma média de 30 anos. Isso dá 180 mil reais de lucro para a empresa no total, ao longo dos 30 anos.

Se cada unidade do comprimido ou da vacina de cura custar, digamos, 10 mil reais à empresa, basta ela vender este medicamento a mais de 190 mil reais e ela já ganha, instantaneamente, os 180 mil que lucraria ao longo de 30 anos. Você prefere pagar mil por mês durante 30 anos, num total de 360 mil, para ser tratado ou 190 mil, que até poderiam ser parcelados nos mesmos 30 anos, pra ser curado? Ora vale a pena pagar até mais de 360 mil pra ser curado na hora!

Veja que, mesmo o preço de custo da unidade de cura sendo 20x mais caro que o da unidade do remédio paliativo, a empresa lucra MAIS com a cura, e a pessoa ainda pagaria muito mais barato.

Além do mais, uma vez que a cura para uma doença é encontrada de forma definitiva e não há mais nada que precise ser melhorado, isso significa simplesmente que a empresa terá dinheiro livre para investir em outra pesquisa pra descobrir a cura/tratamento de outra doença, e lucrar com as duas e assim por diante.

Por fim, de acordo com esta lógica, camisinhas jamais teriam sido disponibilizadas no mercado, ou então viriam todas sabotadas, já que as empresas ganhariam ZILHÕÕÕES se todo mundo tivesse AIDS e engravidasse o máximo possível. Já imaginou quanto coquetel e fralda e remédio eles venderiam?

Entretanto, não é isso que observamos na realidade. Não só os métodos contraceptivos existem e continuam sendo aprimorados, como se tornam cada vez mais acessíveis.


A alegação de que o capitalismo não incentiva a busca pela cura de alguma doença é completamente irracional, portanto. Muito pelo contrário, sistemas cujos incentivos desestimulariam a obtenção de uma cura seriam justamente aqueles mais anticapitalistas, em que as pessoas fossem impedidas de pagar mais por aquilo que mais desejam e em que a concorrência fosse limitada.

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Links interessantes:
O remédio é o lucro
O professor Wagner F. Gattaz argumenta sobre o mecanismo de produção de remédios e a existência das patentes sobre as invenções. Este é um assunto polêmico mesmo entre libertários e capitalistas, mas vale a leitura.

Polêmica revela custos reais dos remédios
Aqui estão alguns dos dados em que me baseei para criar o exemplo do post. Como você pode ver, na dúvida, arredondei-os de forma mais conveniente à tese de que não seria viável economicamente a cura — mesmo assim ela se mostrou mais lucrativa, com folga.

domingo, 25 de maio de 2014

Livre iniciativa desperdiçada: como tropeçar na solução mas não vê-la


Quando falamos em retirar do Estado a atribuição de prover os chamados "serviços essenciais", muitas pessoas perguntam, horrorizadas, quem promoveria tais serviços sem a atuação estatal. Ora, as próprias pessoas, como esta matéria de hoje do Último Segundo ilustra perfeitamente bem:


Do outro lado da cidade, o problema é falta de transporte público. Moradores do distrito de Marsilac, no extremo sul da capital, não têm uma linha municipal dentro do bairro, e têm que andar cerca de 15 km para chegar a um ponto atendido por uma linha que os leve até o terminal Varginha, de onde podem fazer integração para outras áreas da cidade.

Segundo a auxiliar de serviços gerais desempregada Renata da Silva Jesus Bispo, 28 anos, que mora no bairro da Ponte Seca, dentro do distrito de Marsilac, desde o ano passado, os moradores da região pedem uma linha circular no bairro e a falta do transporte inviabiliza a busca por empregos e cursos fora do bairro. “A gente não pode trabalhar fora, tem que trabalhar aqui na roça. Não podemos estudar porque gastamos três horas andando até o ponto de ônibus. Tem gente que mora mais para o fundo e demora até cinco horas”, diz.
Para chamar atenção para o problema, em parceria com o Movimento do Passe Livre, responsável pelas manifestações de junho do ano passado, os moradores alugaram um miniônibus para fazer o trajeto entre o bairro de Mambu e centro de Marsilac, onde passa a linha para o terminal Varginha. A linha popular circulou por apenas um dia, no dia 11 de abril, e foi viabilizada graças a realização de um bingo na comunidade. O aluguel do ônibus custou R$ 600. “A gente quis mostrar para a prefeitura que a estrada da Ponte Seca tem condições de receber transporte e não seria caro”, disse Renata. Segundo ela, a linha popular fez o trajeto seis vezes e transportou cerca de 500 pessoas.
Percebeu algo estranho?

O ponto realmente interessante é que os movimentos sociais conseguiram viabilizar o transporte no local, mas devido à lógica estúpida do "popular" a coisa só durou um dia porque o aluguel veio de um bingo.

Se eles cobrassem a passagem, não conseguiriam os R$600 de aluguel do ônibus TODO DIA? De acordo com a matéria, foram 500 passageiros em 6 viagens. Cobrando R$2 de cada um, daria R$1.000. Paga-se os R$600 e ainda sobram R$400 pra colocar numa caixinha para a compra de um ônibus próprio.

Mas essa história de cobrar passagem é coisa de capitalista malvadão, certo?

Isso é o que a mentalidade anticapitalista e estatista faz de pior com as pessoas: torna-as incapazes de solucionar seus próprios problemas; tropeçam na solução e não conseguem vê-la.

Querem lutar eternamente por "direitos" em vez de se beneficiar diariamente por serviços.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Rolezinho


É correta a atitude do Shopping JK Iguatemi, que conseguiu uma liminar para impedir a entrada de adolescentes desacompanhados no local, a fim de evitar o rolezinho marcado para ocorrer ali?

Há realmente um conflito entre o direito de propriedade e o direito de ir e vir, como afirmam algumas notícias?

O shopping montou um esquema pra evitar rolezinhos e a turma de esquerda quer fazer de conta que é um procedimento padrão para "barrar pobres" e criar um "apartheid brasileiro". Aí fica difícil, não é debate, é histeria.

Vamos começar do começo: O que é um shopping?
Shopping é um lugar privado, que é aberto ao público por interesse comercial. Vai ser duro de ouvir, mas shopping é feito só pra consumir. Eles vivem disso. Tem gente que vai só pra olhar vitrine sim, tem gente que vai só pra passear com as crianças, e o shopping não proibe a "olhadinha sem compromisso" dessas pessoas porque ela sempre pode acabar em... consumo. É preciso parar com o mimimi de "espaço público". Shopping não é praça, nem rua. É comércio. A admninstração do shopping e seus lojistas bancam os custos com limpeza, segurança e de todo aquele conforto a partir das vendas que fazem para as pessoas que compram lá.

E o que é rolezinho?
Rolezinho são eventos em que centenas ou mesmo milhares de jovens são convocados via facebook a usar o espaço de shoppings não para os fins normais, mas só como ponto de encontro pra um evento "baile funk" clandestinamente convocado pra ocorrer ali.

Shoppings não gostam de rolezinhos porque ninguém compra nada em um, eles atrapalham os lojistas a vender, atrapalham quem quer comprar a fazê-lo, obrigam o shopping a arcar com gastos em limpeza e segurança e não dão retorno algum. Simples assim e todos sabem muito bem disso. Os lojistas, que a esquerda nunca teve problema em tachar de gananciosos, reclamariam de um evento que levasse 6 mil pessoas aos seus shoppings pra consumir só porque "é gente diferenciada"? Claro que não. Seriam os vendedores repreendidos pelos gerentes por receber dinheiro de "gente pobre e preta"? Claro que não: jornais estariam noticiando alegremente que no governo Dilma as vendas cresceram x% e todos estariam comemorando.

Aliás, esses pobres e pretos (nem são, mas tudo bem) coitadinhos nunca foram impedidos de entrar no shopping individualmente para comprarem os "originais" de que tanto fazem questão. Mas foram barrados quando suspeitos de integrar o rolê.

Então eles estão sendo barrados por 1) classe e cor ou 2) pelo rolezinho?

A resposta é obviamente a segunda opção, mas tem gente que precisa fazer de conta que eles estão sendo barrados "porque são pretos" (mesmo que os vídeos mostrem que os participantes dos rolezins estão na mesma média de mistura da população) e "porque são pobres" (mesmo que pobres entrem em shoppings normalmente, havendo inclusive shoppings que lutam por esse público) — e não por causa dos eventos clandestinos.

Afinal, esta gente de bem precisa mostrar como é engajada na defesa de minorias contra a "classe média", da qual eles fazem parte mas precisam aliviar a culpa que sentem por isso, nem que esse alívio seja na base de ver guerra de classe, racismo e preconceito onde não tem — aí preconceituosos são os outros, essa gente elitista que insiste em querer fazer compras sem ser obrigada a se ver no meio de um baile funk.
Racismo!! Não, peraí...

E o "direito de ir e vir"? - 'Shopping não tem direito de vetar o ir e vir', diz especialista
Não há conflito entre o direito de ir e vir e o direito de propriedade porque a liberdade de locomoção simplesmente nunca significou liberdade para permanecer na propriedade de outra pessoa contra sua vontade, muito menos a liberdade de organizar eventos lá sem a anuência do dono.

Todo o conflito e a necessidade de "harmonização de direitos" é balela. A situação só parece conflituosa e complexa porque os doutores "especialistas", motivados por uma mentalidade anticapitalista e ressentida, simplesmente não querem aceitar que a administração e os lojistas do shopping não são obrigados a abrigar eventos organizados por terceiros em suas dependências.

"Rolezeiro não é bandido! Estar no shopping ou cantar funk não é crime!"
Verdade. Embora algumas pessoas, como é natural em qualquer aglomeração humana, tenham aproveitado o tumulto para cometer crimes, muitas pessoas de fato vão ao rolezinho apenas para curtir, como numa festa normal.  Isto, entretanto, não importa.

O shopping pode restringir a entrada mesmo de quem não é bandido. Não é crime sentar numa mesa de bar, mas o dono deve poder não permitir que eu chame meus amigos pra sentar lá e aproveitar o telão, o espaço, o ar-condicionado, as mesas e os banheiros dele enquanto não deixamos um centavo sequer para ele.

Proprietários têm todo o direito de evitar pessoas e eventos enquanto o transtorno causado por estes for maior do que o retorno (veja notícia abaixo, no update).

Tem 6 mil jovens chegando ao shopping NA DATA E HORA MARCADA PARA O ROLEZIM, vestidos a caráter, cantando funk mas calma lá pessoal, não podemos ser preconceituosos, vai que é uma coincidência e eles só vieram todos juntos fazer compras antecipadas para o Natal em janeiro?

Ao contrário de exclusão social e elitismo, a reação contrária ao rolezinho é apenas uma mensagem muito clara aos "novatos": o mundo todo não tem que se tornar um grande baile funk só porque você gosta disso. Shopping é lugar de compra; baile funk, como qualquer outro tipo de festa, é em casa de show.



UPDATE
Novos rolezinhos não representam movimento, diz organizador
Embora Bruno Felice ainda pense que é dever dos shoppings hospedar seus eventos, quando a jornalista tenta arrancar uma acusação de racismo ele é claro: "Não é preconceito (de classe ou de cor) por parte do shopping ou da polícia. Eu acho que esses grupos [de esquerda] estão se aproveitando da situação. Não tem essa de classe média e classe baixa. Esse pessoal não representa o rolezinho".

Rolezinho derruba movimento no Shopping Leblon
Uma estimativa dos prejuízos causados pelos rolezinhos. Para os anticapitalistas é motivo de comemoração; mas eles "esquecem" que os trabalhadores pagam suas contas com esse dinheiro.

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Salário mínimo

Mercado de trabalho: "Parabéns! Eu aumentei o salário mínimo!"
(Por Peter Schiff)

Quando algum encanamento da nossa casa entope, qual o procedimento padrão que normalmente seguimos? Fazemos um levantamento de preços com vários bombeiros hidráulicos e contratamos aquele que tem o melhor preço. Se todos os preços forem altos, a maioria de nós irá preferir pegar uma chave inglesa e uma soda cáustica, e fazer o serviço por conta própria. O mercado de trabalho funciona da mesma forma. Antes de contratar outro empregado, o empregador precisa estar certo de que esse novo empregado irá trazer um acréscimo de produtividade que exceda esse custo suplementar (o qual inclui não apenas o salário, mas todos os encargos sociais e trabalhistas, que já não são poucos, veja aqui)

Assim, se um trabalhador pouco qualificado for capaz de contribuir com apenas $6 por hora em termos de aumento de produtividade, tal indivíduo estará desempregado caso o salário mínimo seja fixado em $7,25 a hora.

Os trabalhadores pouco qualificados precisam lutar pelo dinheiro do empregador. E para isso eles têm de disputar tanto com os trabalhadores qualificados quanto com o capital (o maquinário). Por exemplo, se um trabalhador qualificado cobra $14 a hora para fazer um serviço que dois trabalhadores menos qualificados cobram $6,50 cada, seria economicamente sensato um empregador contratar a mão-de-obra menos qualificada. Entretanto, se o governo aumentar o salário mínimo para $7,25 a hora, esses trabalhadores menos qualificados serão "precificados para fora" do mercado de trabalho.

É exatamente por causa dessa dinâmica que os sindicatos são ferrenhos defensores das leis do salário mínimo. Embora nenhum de seus membros receba o salário mínimo, a lei ajuda a protegê-los da concorrência dos trabalhadores menos qualificados. (Sindicato nada mais é do que isso: um cartel protegido pelo estado e que expulsa do mercado de trabalho aqueles trabalhadores menos qualificados - ao mesmo tempo em que utiliza a retórica da proteção aos desfavorecidos.)

Os empregadores também têm a opção de empregar máquinas ao invés de pessoas. Por exemplo, um empregador pode contratar uma recepcionista ou investir em um sistema de atendimento automatizado. Ele fará o que for menos custoso. Assim, da próxima vez que você estiver gritando obscenidades ao telefone enquanto tenta dialogar com um computador, você já sabe em quem colocar a culpa por sua frustração.

Há vários outros exemplos de empregadores que substituem a mão-de-obra humana pelo maquinário simplesmente porque o salário mínimo deixou os trabalhadores menos qualificados pouco competitivos. Por exemplo, nos aeroportos, os carregadores de mala foram substituídos pelos carrinhos de mão (embora aqueles ainda existam informalmente). A principal razão por que os restaurantes fast-food utilizam pratos de papel e utensílios de plástico é para não ter de contratar pessoas para lavá-los.

Como resultado, muitos daqueles trabalhos que exigiam pouca qualificação e que costumavam ser o primeiro degrau da escada do mercado de trabalho foram exterminados do mercado. Você consegue se lembrar da última vez que um lanterninha o conduziu até seu assento em um cinema escuro? Qual foi a última vez que alguém - além do indivíduo que fica no caixa - não apenas empacotou suas compras no supermercado, mas também as levou até seu carro? Por falar nisso, não demorará muito para que os próprios caixas sejam "precificados para fora" do mercado e substituídos por scanners automáticos, fazendo com que você tenha de empacotar suas comprar sem qualquer ajuda. Você pode até ser capaz disso, mas e as pessoas de mais idade?

O desaparecimento desses empregos traz consequências econômicas e sociais mais amplas. Os primeiros empregos que conseguimos são um meio de aperfeiçoarmos nossas habilidades, de modo que trabalhadores menos habilidosos possam adquirir experiência e, com isso, oferecer maior produtividade para seus empregadores atuais ou futuros. À medida que suas habilidades aumentam, o mesmo ocorre com sua capacidade de obter salários maiores. Entretanto, remova o degrau mais baixo da escada do mercado de trabalho e muitos nunca mais terão a chance de subir nela.

Portanto, quando você mesmo tiver de abastecer seu carro em um posto sob chuva, não pense apenas naquele adolescente que poderia estar fazendo isso pra você; pense também no mecânico que ele poderia ter se tornado, caso as leis do salário mínimo não lhe tivessem negado um emprego. Vários mecânicos de automóveis aprenderam segredos de seu ofício quando trabalhavam como frentistas. Entre uma abastecida, uma lavagem e uma calibragem de pneus, eles passavam boa parte de seu tempo auxiliando os mecânicos e aprendendo com eles. Isso vai acabar.

Como o salário mínimo impede que muitos jovens (inclusive um número desproporcional de minorias) consigam empregos básicos, eles nunca poderão desenvolver as habilidades necessárias para aspirar a empregos que paguem melhores salários. Como consequência, vários recorrem à criminalidade, enquanto outros recorrem ao assistencialismo governamental.

Defensores do salário mínimo argumentam que é impossível sustentar uma família quando se vive apenas com um salário mínimo. Sim, é verdade. Mas isso é totalmente irrelevante, pois os empregos que pagam salário mínimo não foram feitos para sustentar uma família.

O certo seria que as pessoas optassem por não iniciar uma família até que estivessem ganhando o suficiente para sustentá-las. Empregos de baixos salários servem para capacitar os trabalhadores a, com o tempo, adquirirem as habilidades necessárias que os permitirão ganhar salários altos o suficiente para sustentar uma família. Será que alguém realmente acha que um adolescente que trabalha como entregador de jornal deveria ganhar um salário capaz de sustentar uma família?

A única maneira de se aumentar salários é aumentando a produtividade. Se os salários pudessem ser aumentados simplesmente por decreto governamental, poderíamos determinar o salário mínimo em $10.000 por mês e todos os problemas estariam resolvidos. Já deve estar claro para todos que, nesse nível, a maioria da população perderia seus empregos, e a mão-de-obra remanescente seria tão cara que os preços dos bens e serviços iriam disparar. Este é exatamente o fardo que as leis de salário mínimo impõem aos trabalhadores pobres e pouco qualificados - e, em última instância, a todos os consumidores.

O salário mínimo, como toda regulamentação, é uma proibição. Especificamente, é proibido contratar uma pessoa para realizar qualquer trabalho por menos que aquele valor. Isto nada mais é do que uma proibição clara e direta do trabalho.

Dado que nossos líderes não conseguem compreender sequer este simples conceito econômico, por que ainda há pessoas que acreditam que eles irão solucionar os problemas econômicos bem mais complicados que nos assombram atualmente?