No post anterior, começamos a ter noção de o que é a esquerda. Vimos que quem é “de esquerda” costuma ser a favor de certas liberdades pessoais (por exemplo: permissão do casamento entre homossexuais, legalização de drogas e do aborto), mas que isso na prática vem associado a uma redução na liberdade econômica (por causa das políticas de controle estatal da economia e redistribuição de renda que esquerdistas adoram).
O pensamento de direita, como é de se esperar, traz a situação oposta:
Ser “de direita” significa, popularmente, defender os interesses dos
ricos. Significa ser contra impostos e transferência de riqueza, e ser
defensor de um governo mínimo – embora em muitos casos ainda mantendo a
idéia que serviços essenciais e infra-estrutura são responsabilidade
governamental.
Quem é “de direita” também costuma associar sua posição política ao cristianismo, sendo a religião a base e justificativa para suas convicções éticas e políticas. Desta forma, tende a ser contra o aborto, contra o casamento entre homossexuais e contra a legalização das drogas.
Quem é “de direita” também costuma associar sua posição política ao cristianismo, sendo a religião a base e justificativa para suas convicções éticas e políticas. Desta forma, tende a ser contra o aborto, contra o casamento entre homossexuais e contra a legalização das drogas.
Assim, um regime que permitisse a total liberdade econômica, ou seja,
garantisse o direito de propriedade e não interferisse na produção e
troca de riqueza, mas limitasse completamente a liberdade pessoal seria um regime de direita.
Da mesma forma que acontece em relação à esquerda, este regime de controle apenas pessoal também é impossível. Proibir a pornografia (de adultos, que fique claro), por exemplo, é uma
limitação da liberdade pessoal, mas também implica o impedimento de uma
série de atividades econômicas.
Há, no entanto, regimes que se aproximam desta situação. A teocracia islâmica é um bom exemplo. O islã é muito liberal em relação à produção e especialmente ao comércio. O direito à propriedade também é firmemente protegido, a pena para o roubo é perder uma mão.
Por outro lado, o Islã viola grosseiramente a liberdade pessoal. De seu comportamento sexual até o que comer e beber, o islã dita o que se pode ou não fazer. Mudar de religião é punível com a morte.
Há, no entanto, regimes que se aproximam desta situação. A teocracia islâmica é um bom exemplo. O islã é muito liberal em relação à produção e especialmente ao comércio. O direito à propriedade também é firmemente protegido, a pena para o roubo é perder uma mão.
Por outro lado, o Islã viola grosseiramente a liberdade pessoal. De seu comportamento sexual até o que comer e beber, o islã dita o que se pode ou não fazer. Mudar de religião é punível com a morte.
No post anterior perguntei se a direita seria uma alternativa melhor à esquerda. Como se pode ver, cada um é a favor de certas liberdades e contra outras
– o espectro entre “esquerda” e “direita” está entre misturas
diferentes de liberdade e coerção.
David Nolan, fundador do Partido Libertário nos Estados Unidos,
identificou este fato e propôs um espectro político com dois eixos. Como
libertário, certamente ele percebeu que em alguns assuntos concordava
com os “liberais” (esquerda) e em outros com os “conservadores” (direita). Os assuntos de um
caso e de outro formam categorias claramente identificáveis.
No gráfico de Nolan, do qual a figura abaixo é uma adaptação, as dimensões refletem a liberdade econômica e a liberdade pessoal.
No gráfico de Nolan, do qual a figura abaixo é uma adaptação, as dimensões refletem a liberdade econômica e a liberdade pessoal.
À esquerda, o eixo das liberdades pessoais; à direita, o eixo das liberades econômicas |
Os libertários são um grupo heterogêneo que como linha geral defende a
liberdade pessoal e a econômica. Anarquistas, “anarco-socialistas”,
“anarco-capitalistas” e adeptos do governo mínimo todos se enquadram no
guarda-chuva amplo do libertarismo, embora muitos tenham convicções
mutuamente incompatíveis.
Então... estamos fadados a escolher entre opressão de esquerda, opressão de direita ou a opressão por nós mesmos da anarquia?
Felizmente não. Existe um sistema que promove absoluta liberdade pessoal e econômica, pois nele os direitos individuais são garantidos. Nele, podemos fazer tudo o que quisermos no campo pessoal e no
econômico – limitados apenas pelo respeito à vida, propriedade e
liberdade dos demais. Esse sistema, por mais estranho que possa soar num primeiro momento, é o Capitalismo.
Nos próximos posts abordarei a teoria política que dá sustenção ao Capitalismo, entenderemos por que os direitos são especificamente os 3 citados (vida, propriedade e liberdade), veremos o que são governos e qual seu limite de atuação para garantir tais direitos — e sem promoverem com isso opressão em alguma esfera.
Nos posts seguintes também darei continuidade à série "Espectro Político", posicionando alguns regimes no Gráfico de Nolan para deixar mais claro seu funcionamento.
*Este post é a continuação da compilação feita a partir de posts do blog ocapitalista.com.
- (4): Centro
*Este post é a continuação da compilação feita a partir de posts do blog ocapitalista.com.
Série sobre Espectro Político:
- (1): de que lado fica a esquerda?
- (1): de que lado fica a esquerda?
- (2): Direita e o Gráfico de Nolan
- (3): Aplicando o Gráfico de Nolan (Teocracia, Comunismo, Anarquia e Capitalismo)- (4): Centro
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