domingo, 17 de fevereiro de 2013

Como a política pode (não) ajudar os pobres


Numa "República Democrática de Direito, fundada nos princípios da dignidade da pessoa humana e em tudo que há de bom, onde os interesses do povo são defendidos por seus representantes eleitos" *suspiros* não deveria ser difícil aprovar uma medida que ajuda os menos favorecidos, certo?

bom...



Nota: PIG é o "Partido da Imprensa Golpista", nome que o pessoal de esquerda dà à suposta conspiração da mídia contra o governo deles. "Tucano" refere-se ao PSDB.


Por que ela manteve os impostos antes e quer retirar agora?

A desculpa oficial foi que “A efetiva desoneração da cesta básica deve levar em conta tributos federais e também estaduais, assim como a geração de créditos tributários ao longo da cadeia produtiva.", ou seja, a isenção deveria ser de todos os impostos e não só de alguns. Perfeito. Uma posição digna de alguém que se preocupa com os pobres.

Pena que em vez de já tirar os impostos atuais e depois ainda tirar os demais, a presidente vetou a redução toda e estabeleceu a criação de um "grupo de trabalho para apresentar proposta de composição da cesta básica e sua respectiva desoneração". Pelo jeito esqueceram aquele discurso que sempre usam em relação às cotas, de que "o pobre não pode esperar". Pelo visto, no preço da comida eles podem esperar, sim.

Parece-me claro que é uma desculpa bem esfarrapada. Algo que pode ajudar a entender melhor o porquê do veto da presidente é que a primeira isenção foi introduzida por um Deputado do PSDB (Bruno Araújo): a concorrência. (Então realmente fica engraçado o militante petista perguntando se o PSDB "vai ser contra isso também" quando na verdade foi o próprio PSDB que introduziu a isenção que o PT vetou.) Agora, ao vetar o que já estava pronto e tomar a iniciativa de um projeto novo, o mérito fica sendo da Dilma, na disputa pra ver quem posa mais de defensor dos pobres.

O lado bom de ser iniciativa da Dilma é que não se corre o risco de ela vetar o projeto no final, pelo menos. O lado ruim é que o PSDB e outros partidos agora podem querer se opor ao projeto da presidente em troca, quem sabe, de uns carguinhos ou outras vantagens para se tornarem mais cooperativos. É a tal "governabilidade democrática".

Enquanto isso, os pobres podem continuar pagando caro por mais uns meses pra terem uma redução que "a Dilminha inventou" (é para "ainda esse ano", ela disse, fiquem tranquilos). E enquanto isso a gente ainda tem que ouvir os anticapitalistas dizendo que a culpa pelas dificuldades dos pobres é do capitalismo, e não do governo.

5 meses e contando...

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